Igor estava saindo do bar onde trabalha e pediu uma moto por aplicativo para voltar para casa. No caminho, percebeu que um carro seguia a moto. Minutos depois, foi baleado.
Segundo a Polícia Militar, o autor dos disparos foi um policial militar da reserva, que atirou após sua esposa reconhecer o condutor da moto como um dos ladrões do seu celular.
Familiares de Igor relatam ainda que, antes deles chegarem ao hospital, uma mulher teria ido até o local e reconhecido Igor como o suposto assaltante, responsável por roubá-la, horas atrás.
Após isso, Igor foi preso e passou a ficar sob custódia da polícia, no hospital. Em imagens enviadas pelo familiares, é possível ver o momento em que Igor, às 1h30, embarca na moto por aplicativo para voltar para casa depois do trabalho.
Ontem, a mulher do PM esteve no hospital em que Igor está internado e afirmou que ele não era um dos assaltantes.
A Polícia Civil não explicou por que Igor está internado sob custódia, uma vez que a mulher do PM reconheceu apenas o condutor da moto como assaltante.
“Igor é trabalhador, sonhador. Ele quer ser jornalista esportivo, porque ama o Botafogo. Ele trabalha em 3 empregos: é inspetor da Celso Lisboa e trabalha aos finais de semana como garçom e também é ambulante no Carnaval. Ele sempre quis dar o máximo de conforto para a gente. Ele nunca se envolveu em coisa errada. Quando ele acordou, perguntou do nosso filho e disse que não tinha culpa de nada. Eu não sabia do que estava acontecendo e eu disse a ele que ele não tem culpa de nada. Eu conheço o meu esposo. Está acontecendo uma injustiça e um racismo. A bala atinge sempre um corpo preto. Hoje a gente poderia chorando a morte dele”, desabafou Marina Moura, esposa de Igor