Presidente reafirma críticas à atuação militar israelense e diz que não responderá à Embaixada de Israel
Lula volta a acusar Israel de genocídio em Gaza e critica “vitimismo” do governo Netanyahu
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, classificando-a como “genocídio” e afirmando que o governo israelense “precisa parar com esse vitimismo”. A declaração foi feita nesta terça-feira (3), durante entrevista no Palácio do Planalto.
A fala ocorre após a Embaixada de Israel no Brasil divulgar uma nota em que acusa autoridades internacionais de “comprarem mentiras” do grupo Hamas sobre o conflito. Embora a embaixada não tenha citado Lula diretamente, a manifestação foi interpretada como resposta às críticas feitas pelo presidente no último fim de semana.
“[Israel] vem dizer que é antissemitismo. Precisa parar com esse vitimismo. E saber o seguinte: o que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra”, disse Lula, reiterando suas críticas à condução do conflito por parte do governo de Benjamin Netanyahu.
O presidente brasileiro reforçou que não responderá institucionalmente à nota da embaixada: “Um presidente da República não responde a uma embaixada. O presidente reafirma o que disse: o que está acontecendo em Gaza não é uma guerra, é um exército matando mulheres e crianças.”
Lula também afirmou que o sofrimento histórico do povo judeu deveria ser um motivo a mais para que o governo de Israel demonstrasse “bom senso e humanismo” na relação com os palestinos. “Eles se comportam como se o povo palestino fosse de segunda classe”, completou.
Para Lula, a crítica à ofensiva israelense é compartilhada por diversos setores da sociedade, incluindo judeus e ex-integrantes do governo israelense. Ele citou uma carta do ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, além de manifestações de militares israelenses contrários à ação em Gaza. “Você não pode, a pretexto de encontrar alguém, matar mulheres e crianças”, declarou.